Arquivo de dezembro, 2013

ÚLTIMO ENCONTRO

Publicado: 13 de dezembro de 2013 em Sem categoria

Falhas. Não foi impresso o certificado da Tatiana – foi entregue somente hoje, 12/12 – , a Rovena apareceu depois de sumir por 5 encontros consecutivos (e precisa do certificado desses dois dias), e eu queria filmar as declarações das meninas, mas descobri que depois de tantas falas sensíveis, eu não tinha apertado o botão para gravar. As falas não se perdem, ficarão para sempre nas nossas memórias, mas não tem como reproduzir aqui.

Estou com saudade já.

Nos relacionamos de uma maneira única e não replicável. Para quem só consegue enxergar um ou dois ângulos de uma experiência humana talvez seja fácil relatar as colagens afetivas que aconteceram nesse período de quase 3 meses, mas para nós, como disse o Asp, foi emocionante  e novo. Pessoas são muito mais que relatos, são vidas que se despejam à nossa frente e nos tornam novos.

Sobrevoamos com elas os crimes, as culpas, as dores, revoltas, dificuldades. Pairamos num local sagrado, que é a criação, a procura pela expressividade.Não estávamos num presídio enquanto agíamos com o mesmo propósito. E elas esqueciam que estavam em um.

As últimas colagens falam isso.

 

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(IM) PRESSÕES DE CARLOS ASP

Publicado: 13 de dezembro de 2013 em Sem categoria

Elas nem sabiam por que estavam ali: foram escolhidas pela direção para a oficina. Levadas, trazidas.

Trouxemos ao seu mundo, de confinadas em uma penitenciária de segurança máxima, a possibilidade de exercitar uma metodologia de pesquisa, fazendo escolhas. Cortando ou rasgando partes de um todo, agregando-lhe significados outros, funções novas ou distintas. Metáforas de suas próprias existências agora postas a viver confinadas como forma restringida de ser. Rasgadas, arrancadas de si.

E isso nunca foi o tanto que se esperava, mas elas tinham , algumas mais, outras menos, um faro construtivo que as levou a resolver problemas com aquelas imagens que já estavam postas nas revistas. Criamos problemas, simulamos situações para que elas ordenassem, e, como crianças, montavam e colavam, e juntos descobríamos que o avesso do avesso é sempre outro começo.

Essa trajetória de pesquisa deixou um rastro de possibilidades que até para a existência delas coloquei : “ Sigam investigando, experimentem de novo…. essa caverna de Platão em que vocês vivem , cujas sombras podem ser indicativos de outras questões.”

Na verdade, algo que possa questionar o espelho, o reflexo do que elas realmente são. A maioria não se sentia capaz de produzir algo esteticamente representativo de si, em contraste com Narciso, o mito do self.

(A) Gente da Colagem

Publicado: 4 de dezembro de 2013 em Sem categoria